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Mostrando postagens de novembro, 2019

Questão (ões) a se pensar: Olhares e vozes negras...

Assim, com os livros que comentei no primeiro post dessa série, o vídeo referenciado no segundo, reproduzo aqui um trecho de um dos livros indicados: "A visão de homogeneidade cultural que tenta desviar a atenção ou criar desculpas para o impacto opressor e desumanizante da supremacia branca ao sugerir que pessoas negras também são racistas indica que a cultura permanece ignorante a respeito do que é realmente o racismo e de como ele funciona. Mostra que as pessoas estão em negação . Por que é tão difícil para tantas pessoas brancas entender que o racismo é opressor não porque as pessoas brancas têm sentimentos preconceituosos em relação aos negros (elas poderiam ter esses sentimentos e nos deixar em paz), mas porque é um sistema que promove a dominação e a submissão ? Os sentimentos preconceituosos que algumas pessoas negras podem expressar em relação a pessoas brancas não estão ligados ao sistema de dominação que não nos confere qualquer poder para controlar coercitivament

continuação da discussão Olhares e vozes negras....

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Ao assistir esse vídeo do Porta dos Fundos há pouco tempo, fiquei me perguntando se, com o artigo que escrevi a respeito das vozes de mulheres negras em meu site , não cometi o mesmo erro: o vídeo fala de racializar tudo o que diz respeito a pessoas que compartilhem a característica da pele escura, e de homogeneizar e despersonalizar essas pessoas com uma máscara de inclusão ou representatividade.  O vídeo trata dessa...estereotipização - se é que a palavra existe- só que de uma forma reversa (como se o mundo fosse o contrário, a negritude dominante e a branquitude não): o comediante Yuri Marçal faz o papel do entrevistador pretensamente interessado, inclusivo e gentil, que no fim das contas acaba sendo grosseiro e "racista" ao trazer pressupostos e não ouvir de verdade o "escritor branco", papel do Gregório Duvivier. O vídeo é uma tiração de sarro, mas fala de uma realidade e da pretensa superioridade branca que acha que já sabe tudo o que o outro irá dizer e

Olhares e vozes negras sobre o racismo: resistência e perspectivas

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A graduação em História e principalmente os lugares onde trabalho continuam influenciando profundamente minha formação, sempre voltada às questões sociais. Em minha vida adulta recente, várias vezes me veio a oportunidade de refletir sobre a educação racista que recebi e a ouvir pessoas que são vítimas do racismo. A internet oportunizou isso também, felizmente.  Assim, de cerca de três anos para cá, vozes do feminismo negro, e de intelectuais negras, versando sobre lugar de fala e outras questões pertinentes ao racismo estrutural (algumas sendo donas de canais na plataforma YouTube) tem despertado muito meu interesse sobre a questão. Na realidade, diria mesmo que a expressão “despertar interesse” soa um tanto quanto fútil, uma vez que os assuntos ligados à negritude são extremamente sérios, pois estamos tratando das raízes do nosso país e mesmo da humanidade, independendo de “interesses”. Creio que seja obrigação de todos ouvir e ler essas vozes, e contribuir para a quebra de um parad